quinta-feira, 10 de maio de 2012

QUEM DÁ LUZ À VIDA É A MÃE E NÃO DEUS



Aproxima-se o Dia das Mães. Data especial, comemorativa, cheia de emoções, sentimentos belos, confissões de amor. A ideia de comemorar um dia especial das mães surgiu nos Estados Unidos da América do Norte com o protagonismo de Anna Maria Jarvis (1864-1948). Espalhou-se pelo mundo. Coisa boa. Nem tudo que vem dos USA é ruim.
Há outra inspiração. E essa vem do filósofo grego Sócrates (470-399 a.C). Ele era filho de uma parteira chamada Fenarete. Vejam que coisa linda! Sócrates foi o responsável por estabelecer um dos maiores métodos filosófico do ocidente: a maiêutica, que significa dar à luz, parir. Assim como a parteira ajudava as mães a darem à luz, o filósofo seria um parteiro de ideias. Na base do método filosófico de Sócrates está a mãe. É ela que gera, gesta e trás ao mundo a vida.
O Dia das Mães deve ser um dia para celebrar a luz que recebemos para a vida. Em muitas tradições filosóficas as mães são honradas com essa dádiva. E assim deve ser. Nós não seríamos nada sem nossas mães. A psicanálise afirma que é no ventre materno que recebemos parte do fundamento psíquico para toda a vida.
A tradição mitológica brasileira cantata em verso e prosa pela gente caipira também sabe afirmar esse valor: “... e o olhar da minha mãe na porta, eu deixei chorando a me abençoar...”
Homenageemos, pois, nossas mães com esse tributo. Reconheçamos essa dádiva, esse milagre, esse dom que recebemos com presente. Infelizmente muitas culturas, sociedades e civilizações insistem em oprimir as mulheres. A avalanche de opressão sobre o feminino é muito forte. E não há, em muitos casos, reconhecimento social e público daquilo que elas fazem na vida privada, desde o leito do hospital ou do catre de um casebre.
Comemoremos o DIA DAS MÃES reconhecendo que sem elas o mundo jazeria num abismo de trevas. Elas nos trouxeram a luz, nos dão a luz todos os dias das nossas vidas, iluminam os nossos passos, enchem de calor nossos corações com as palavras ternas do nosso cotidiano. Essa é a razão porque são abençoadas por Deus.
Luiz Longuini Neto. Teólogo e Filósofo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A QUARESMA E O NOVO NASCIMENTO

A QUARESMA E O NOVO NASCIMENTO
Evangelho de João 3.1-15

            Nicodemos era mestre em Israel e não compreendia as palavras de Jesus. O tempo da Quaresma, que deve ser um tempo de arrependimento e oração, também não é compreendido pela nossa sociedade que se apresenta como "emancipada" e secularizada.
            O novo nascimento é um dom de Deus.
            Pertencer a esta ou aquela Igreja, participar da vida institucional do povo de Deus, ser extremamente ativo na vida eclesial, ter cargos na administração da Igreja, etc.. não garante que tenhamos nascido de novo. O novo nascimento é algo que acontece em nossa vida pela graça e pela misericórdia de Deus, não é algo que nós queremos ou merecemos. Na Quaresma vivenciamos este dom de Deus de maneira mais intensa, sempre reconhecendo que Deus é o autor da nossa salvação.
            O novo nascimento faz com que tenhamos novos valores: o Reino de Deus.
            É muito fácil saber se uma pessoa já experimentou a graça do novo nascimento. É só observar os valores que a pessoa cultiva em sua vida. Os valores do Reino de Deus são completamente opostos aos valores da nossa sociedade. No Reino de Deus têm valor todos aqueles que a sociedade despreza e marginaliza. Vaidade, corrupção, mentira, ódio, difamação, arrogância, etc., são valores que não fazem parte da vida de  uma pessoa nascida de novo.
            O novo nascimento nos coloca em confronto com a nossa religiosidade.
            Nicodemos era religioso, no entanto, Jesus chamou sua atenção para o fato de que o que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido da água e do Espírito esse sim pode entrar no Reino de Deus.
            É lamentável perceber que nossas Igrejas estão repletas de pessoas, muitas até extremamente ativas, mas que não experimentaram o novo nascimento. A religiosidade vivida sem a experiência do novo nascimento é uma religiosidade hipócrita e cheia de rancor, a pessoa que assim vive, não respeita e não ama seu próximo e ao invés de semear amor e concórdia na comunidade espalha ódio e contenda. A pessoa que age assim só pensa em seus interesses e na sua vaidade pessoal. É preciso que haja arrependimento e conversão.
            A Quaresma, portanto, é um período em que devemos buscar a conversão constante. Com arrependimento e fé vamos partilhar hoje o sacramento da Santa Ceia, na esperança de que haja sempre um novo nascimento em nossas vidas.

            Rev. Luiz Longuini Neto